quarta-feira, 12 de março de 2014

Aula particular de português em São Paulo

Uma pessoa é sempre diferente da outra. Não existe um modelo padrão de indivíduo, personalidade idêntica e nenhuma pessoa possui todas as habilidades iguais à outra, mesmo que tenha a mesma faixa etária e conviva nos mesmos ambientes.

No ambiente escolar, são diversos os alunos e, cada qual, possui suas habilidades, facilidades e dificuldades. Alguns têm facilidade em lidar com o grande grupo sem grandes conflitos, têm um bom nível de atenção e raciocínio rápido. Outros, ao contrário, são dispersos, não conseguem se concentrar por um longo tempo e precisam de mais atenção em cada explicação, em cada detalhe do assunto estudado.

Isso não significa que um melhor do que outro. São apenas diferentes, com habilidades em áreas diferentes.

Para estes alunos, nada melhor do que a experiência de um profissional em um ambiente em que o estudante sinta-se à vontade.
Para isso, a partir deste ano (2014) ofereço meus serviços com toda a experiência da formação no nível superior em Letras, especialização na área com habilitação em Literatura e a experiência de 10 anos em sala de aula.

Agende uma visita contatando-me pelo telefone: (11)9 7083 7769 ou e-mail julianefrancine@gmail.com

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Português: como não errar!!

Faz tempo que não posto aqui no blog. E hoje, depois de conversar com uma aluna formada em Direito e que procura uma vaga em concurso público, depois tantas risadas sobre casos engraçadíssimos em que amigos e conhecidos cometiam gafes impensáveis na busca pela comunicação verbal correta, me vi obrigada a escrever um pouco sobre alguns errinhos, bobos, que são cometidos em conversas informais, que se deflagram em conversas formais no  momento em que o emissor quer "fazer bonito", acaba "enterrando o pé na jaca" e mostrando ao receptor qual é realmente o seu nível cultural. 

Então, vamos lá! Mãos à obra!!

Primeiro de tudo e não mais importante do que todas as outras dicas:
Mulheres falam: OBRIGADA e homens falam OBRIGADO!

Subsídio é subsídio e não subZídio. Pronuncie corretamente. Lembre-se de subsolo. Ou você fala subZolo?

Nunca, jamais, em tempo algum, fale interÍm!!! A palavra ínterim é uma proparoxítona e o acento indica isto. É Ínterim!!!!!!!

A próxima eu canso de ouvir profissionais de todas as áreas falando aos quatro ventos:
Ele é de menor (ou de maior). E conseguem piorar a frase, pronunciando: "Di menor e di maior. Nãããão!!!!!
Use "maior de idade ou menor de idade", por favor!

Conjugue o verbo VER corretamente no Futuro do Subjuntivo. Ou seja, se você VIR o filme, me fale como foi. Ok? Se você VER o filme, nem fale comigo.

Não fale SEJE nem ESTEJE de modo algum e em lugar nenhum. Nem mesmo sozinho, no banheiro e com a luz apagada.
Assim, seja feliz e esteja em paz!!!!!

Em breve mais dicas.
Ah! E também aceito sugestões.
Beijos da Juju!!
=D

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Aula Particular de Português em Joinville - SC

Uma pessoa é sempre diferente da outra. Não existe um modelo padrão de indivíduo, personalidade idêntica e nenhuma pessoa possui todas as habilidades iguais à outra, mesmo que tenha a mesma faixa etária e conviva nos mesmos ambientes.

No ambiente escolar, são diversos os alunos e, cada qual, possui suas habilidades, facilidades e dificuldades. Alguns têm facilidade em lidar com o grande grupo sem grandes conflitos, têm um bom nível de atenção e raciocínio rápido. Outros, ao contrário, são dispersos, não conseguem se concentrar por um longo tempo e precisam de mais atenção em cada explicação, em cada detalhe do assunto estudado.

Isso não significa que um melhor do que outro. São apenas diferentes, com habilidades em áreas diferentes.

Para estes alunos, nada melhor do que a experiência de um profissional em um ambiente em que o estudante sinta-se à vontade.
Para isso, a partir deste ano (2013) ofereço meus serviços com toda a experiência da formação no nível superior em Letras, especialização na área com habilitação em Literatura e a experiência de 10 anos em sala de aula.

Agende uma visita contatando-me pelo telefone: (47)92437727 ou e-mail julianefrancine@gmail.com


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Compartilhando uma Sequência Didática

Escola Municipal Pauline Parucker

Escola Municipal Dr. Sadalla Amin Ghanem
Professora Juliane Dias

CONTO
Características gerais do conto:
Extensão
O Conto é, antes de mais nada, curto. Mesmo que alguns autores insistam que determinadas narrativas de longa duração sejam também contos por suas características estruturais, pode-se considerar que estes casos estão aí para confirmar a exceção da regra. Assim, o conto é curto.  E por que curto, conciso.  Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em sutilezas que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura.  Um conto deve estar contido entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras.
 Linhas Dramáticas
 Enquanto que num romance podem haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é única. Não há a possibilidade da dispersão no desenvolvimento da estória, dado as características de concisão do conto.
 Tempo
 O conto não tem muito espaço para idas e vindas no tempo.  A utilização de recursos como o flash-back é rara,  permanecendo a narrativa quase sempre em uma única linha de encaminhamento temporal.
 Espaço
 Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto! –  são restritos, podendo o autor os reduzir ao mínimo indispensável para a sua contextualização espacial. Esta pode até ser, em alguns casos, inexistente.
 Final enigmático
 Alguns escritores contemporâneos escrevem a narrativa sem um final, ou até mesmo sem um desenvolvimento flagrante.  Seus contos são mais contemplativos, mais um estado d’alma, às vezes sem nexo aparente. O mais comum, no entanto, é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução. O suspense deve ser mantido até o último parágrafo, quando, depois de prender o leitor através de toda a sua leitura, o escritor lhe fornece a catarse – a risada, o susto, a surpresa..
(http://escritacriativa.net/escrita/artigososwaldo/contos.html)

Objetivo: Ler, reconhecer, compreender e interpretar textos do gênero.

Público-alvo: 6º ano

Cronologia: 8 horas/aula

Sequência Didática
1)      A professora vai apresentar aos alunos o texto a seguir, um “conto-introdução” de um livro de Leo Cunha. Este primeiro texto é quase uma explicação da existência do próprio livro.

“O quarto de Mateus era cheio de claros e escuros, quadrados e chatos, belezas e sustos. Quarto de criança. Se eu parasse pra reparar em cima das prateleiras, com certeza encontraria muita poeira guardada e uma trenzeira danada.
Mas eu não parava. Afinal, o quarto era dele, e eu não gostava de me intrometer. Não fuçava nas gavetas, nos livros, nos discos, nada. Entendia muito bem que ali era um lugar de devoção e bagunça, distração e saudades.
O Mateus gostava de se estirar na cama e ficar namorando o porta-retratos redondo, sobre o criado mudo. A foto da mãe tomando conta do quarto, eternamente. Olhando sempre de frente, vigiando.
Mesmo que quisesse, eu não conseguiria mexer em nada. Mas não podia evitar de entrar no quarto e ficar redescobrindo coisas. Como os discos e livros da estante. Da beira da cama eu tinha que me inclinar um pouco para conseguir ler os títulos. Ou isso ou tinha que ir buscar meus óculos na sala, o que, por pura preguiça, eu nunca fazia. Então ficava ali, feito um velhinho, forçando as vistas.
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá eu conseguia distinguir sem esforço. O título vinha em letras enormes e vermelhas, sob o fundo branco da capa dura. Ao lado dele, A Bolsa Amarela, também fácil de enxergar. E depois... O Galego da Praia. O Galego da Praia? Que livro seria esse, meu Deus?
Tive que me inclinar uns dois palmos para a frente, esticar o pescoço, apertar os olhos. Ah, sim: O Caneco de Prata! Incrível, nem me passou pela cabeça. E olha que eu mesmo coloquei o livro na estante... Inesquecível, O Caneco. Dali a uns dois anos, decidi, eu ia sugerir a leitura pro Mateus. Com certeza ele ia amar, como eu amei. A não ser que puxasse à mãe: ela sempre achou o livro esquisito demais, maluco, besta. “Como é que você pode gostar dum livro desses, sem pé nem cabeça? De repente, aparece uma aranha estroboscópica, como um mosquito e desaparece da história! Só doido mesmo...” Mas o Mateus não: ele ia ler e reler, comentar a história comigo, tentar escrever um livro parecido, igual eu fiz.
Ao lado do Caneco de Prata, alguns antigos das Edições de Ouro, quase todas as aventuras de Astérix, e depois, deitados, segurando a fila inteira, os contos de Andersen.
Desde pequeno, na hora de dormir, o Mateus fazia questão que eu contasse uma história. Senão, não conseguia pegar no sono. Às vezes, pensando que ele já estava quase apagando, eu tentava escapar pro meu quarto, pé-ante-pé. Mas, antes de encostar a porta, sempre ouvia: “E a minha história, pai?”
Não tinha escapatória, era chegada a hora do conto. Então, toda noite, quando sentava na beira da cama do Mateus e olhava a estante, tinha vontade de pegar um daqueles livros e ler pra ele dormir.
Mas, para o Mateus, não serviam as histórias dos livros ali da estante, não senhor. Essas ele podia ler de dia. Ele queria era história inventada, cada dia uma diferente. História repetida não valia, está pensando o quê?
Os filhos dos meus amigos, eu ouvia dizer, preferiam história repetida: “Conta aquela do sapo que queria virar príncipe”. “Conta aquela da bruxa que roubou a peruca do menino”; “Conta a do moço que ficou perdido no labirinto.” O Mateus não: “Eu quero é novidade, pai, eu gosto é de surpresa.”
Era aí que eu torcia o nariz: porque nunca fui de saber histórias de cor. Negação em contos de fada. Nota zero em folclore. Nulo em mitologia grega.
Mas quem disse que o Mateus queria saber de desculpa? Pois eu não decorava salas, quartos, apartamentos? Não era a minha profissão? Então como é que agora vinha com essa conversa de não conseguir decorar história?
Engraçado, no início o Mateus não conseguia entender esse negócio de decorar. Saber uma coisa de cor e fazer uma decoração, pra ele, não tinha muita diferença. E sabe que talvez ele estivesse certo? Pois não foi justamente isso que me salvou? Um dia eu pensei assim: já que eu não sirvo mesmo pra saber histórias de cor, quem sabe dou um jeito de inventar na cabeça uns casinhos, lembro umas mixarias do dia-a-dia, e depois decoro: enfeito, embelezo, ilumino?
Foi isso que eu resolvi fazer. Primeiro lembrei meus dias de escola. Depois busquei outros casos, e mais outros. Bolei eu mesmo as minhas histórias, inventei uma conversa. Conversa pra boy dormir...
Cunha, Leo. Conversa pra boy dormir. Belo Horizonte: Dimensão, 1995. p. 8-11.

2)      Os alunos farão a leitura silenciosa e coletiva para melhor entendimento da história.
3)      Na sequência, os alunos vão observar as características do gênero textual em estudo e citar obras e autores que já conhecem (as que foram citadas no texto).
4)      Depois, a professora vai realizar a contação do livro Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque.



Vai realizar uma análise dos tipos de contos existentes, como Contos de mistério, de terror, de fadas, etc. Vai solicitar que os alunos participem da aula, contando quais os contos de fadas que conhecem e realizar as anotações na lousa.
5)      Vai apresentar duas versões do conto de fadas “Chapeuzinho vermelho”. A versão de Charles Perrault e dos Irmãos Grimm. Mas, antes, vai situá-los no tempo em que as histórias foram criadas e conversar sobre os hábitos e os modos de vida daquele tempo.
·         Perrault (1628-1703)
·         Irmãos Grimm (1785-1863) - (1786-1859)

O Chapeuzinho Vermelho (Charles Perrault)

Era uma vez...
Uma garotinha que tinha que levar pão e leite para sua avó. Enquanto caminhava alegremente pela floresta, um lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia.
- À casa da vovó - respondeu ela prontamente.
O Lobo muito esperto, chegou primeiro à casa, matou a vovó, colocou seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, colocou sua camisola e esperou na cama.
- Toc. Toc. Toc. Soou a porta.
- Entre, minha querida - disse o lobo.
- Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó - respondeu Chapeuzinho Vermelho.
- Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa - disse o lobo.
A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto comia o gato de sua vó a observava aos murmúrios:
"Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua avó com gosto. Ata teu destino ao dela."
Então o Lobo disse:
- Dispa-se e venha para cama comigo
- O que faço com meu vestido? - questionou Chapeuzinho.
- Jogue na lareira. Não precisará mais disso - respondeu o lobo.
E para cada peça de roupa que a garota retirava, copete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo respondia:
"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"
Então a garota deitou-se ao lado do lobo e disse:
- Como a senhora é peluda vovó – exclamou Chapeuzinho
- É para te esquentar, minha neta - respondeu o lobo.
- Que unhas grandes a senhora tem!
- São para me coçar, minha querida
- Que dentes grandes a senhora tem!
- São para te comer
E então a devorou.

A Chapeuzinho Vermelho (Irmãos Grimm)

Era uma vez, uma menina tão doce e meiga que todos gostavam dela. A avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la. Um dia ela presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho.
O chapeuzinho agradou tanto a menina e ficou tão bem nela, que ela queria ficar com ele o tempo todo. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho Vermelho.
Um dia sua Mãe lhe chamou e lhe disse:
- Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai faze-la ficar melhor. Comporte-se no caminho, e de modo algum saia da estrada, ou você pode cair e quebrar a garrafa de vinho e ele é muito importante para a recuperação de sua avó.
Chapeuzinho prometeu que obedeceria a sua mãe e pegando a cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu.
Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila.
Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente.
Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo algum.
- Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo.
- Bom dia, Lobo - ela respondeu.
- Aonde você vai assim tão cedinho, Chapeuzinho?
- Vou à casa da minha avó.
- E o que você está levando aí nessa cestinha?
- Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável.
- Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora?
- A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa.
O Lobo pensou consigo: "Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso saborear sua avó e ela como sobremesa”.
Então o Lobo disse:
- Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para frente. Veja quanta beleza há na floresta.
Chapeuzinho então olhou a sua volta, e viu a luz do sol brilhando entre as árvores, e viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou: "Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me atrasar”.
E, saindo do caminho entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim foi entrando na mata cada vez mais.
Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na porta.
- Quem está aí? - perguntou a velhinha.
- Sou eu, Chapeuzinho - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim.
- Levante a tranca, ela está aberta. Não posso me levantar, pois estou muito fraca. - respondeu a vovó.
O Lobo entrou na casa e foi direto à cama da vovó, e a engoliu antes que ela pudesse vê-lo. Então ele vestiu suas roupas, colocou sua touca na cabeça, fechou as cortinas da cama, deitou-se e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho.
E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. E só quando não podia mais carregar nenhuma é que retornou ao caminho da casa de sua avó.
Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta.
Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho que pensou: "Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Normalmente eu me sinto tão bem na casa da vovó...”.
Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava lá deitada com sua touca cobrindo parte do seu rosto, e, parecia muito estranha...
- Oh, vovó, que orelhas grandes a senhora tem! - disse então Chapeuzinho.
- É para te ouvir melhor.
- Oh, vovó, que olhos grandes a senhora tem!
- É para te ver melhor.
- Oh, vovó, que mãos enormes a senhora tem!
- São para te abraçar melhor.
- Oh, vovó, que boca grande e horrível à senhora tem!
- É para te comer melhor - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a indefesa menina, e a engoliu de um só bote.
Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e começou a roncar muito alto. Um caçador que ia passando ali perto escutou e achou estranho que uma velhinha roncasse tão alto, então ele decidiu ir dar uma olhada.
Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito tempo.
E o caçador pensou: "Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não posso atirar nele”.
Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo.
Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando:
- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito escuro!
E assim, a vovó foi salva também.
Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou dentro da barriga do lobo.
Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu.
E assim, todos ficaram muito felizes.
O caçador pegou a pele do lobo.
A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma:
“Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e desviar do caminho nem andar na floresta sozinha e por minha conta”.

1)      Os alunos vão ler, analisar e observar semelhanças e diferenças entre as obras de Perrault e Irmãos Grimm. Depois, vão ilustrar em três partes sequenciais, com legendas, a versão da história dos Irmãos Grimm.
2)      Na sequência, vão assistir ao filme Deu a Louca na Chapeuzinho.
3)      Oralmente, a professora vai apresentar aos alunos o texto Chapeuzinho Vermelho na versão da vovó (autor desconhecido)
 A partir da análise do texto, será proposta a produção textual. Vão escrever a própria versão da história para os tempos atuais.

Uma relação bem gramatical


Redação feita por uma aluna do curso de Letras da UFMG que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática portuguesa:
 

 
“Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-à-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.”