segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tempos Modernos

A falta de tempo, a pressa, as ambições desenfreadas, as ânsias de poder, stress, doenças e as repetições de padrões comportamentais são cenários do filme e fazem-nos observar como sentem-se os operários diante das grandes produções industriais. Tempos Modernos contempla uma visão realista do contexto em que foi produzido e hoje, mais de 70 anos depois, percebemos que poucas coisas mudaram nesse cenário cômico exposto pelo Charles Chaplin. O ser humano continua cometendo os mesmos erros diante do poder e do dinheiro.


Alunos!
Preparem-se para assistir o filme Tempos Modernos do Charles Chaplin, que foi produzido em 1936 nos Estados Unidos e com a direção do próprio Chaplin. Através dele iremos estudar o Modernismo (3º anos) e o Realismo (2º anos).



Abaixo, informações extraídas do site: http://www.massarani.com.br

Nome:  Tempos Modernos
Rating: 10 / 10
Nome Original: Modern Times
Ano: 1936
País: EUA
Cor: Preto e Branco
Duração: 89 min.

Dirigido por: Charlie Chaplin

Escrito por: Charlie Chaplin

Estrelado por: Charlie Chaplin, Paulette Goddard

"Ei você! Volte ao trabalho!"

Enredo:

Em meio ao caos da Grande Depressão capitalista da década de 1930, um trabalhador sofre com o desemprego e a crescente influência das máquinas, ao mesmo tempo que se envolve em uma relação de ajuda mútua com uma órfã foragida.

Histórico:

Em 1929, o mundo começaria a enfrentar a maior crise capitalista da história, causada por um conjunto de fatores relacionados a superprodução norte-americana e que provocou milhões de desempregados e inúmeras falências de empresas. A crise de 1929 causaria uma Grande Depressão que acabaria alavancando ao poder regimes fascistas como o de Adolph Hitler na Alemanha e governos com alta interferência na economia, como os de Franklin Roosevelt nos EUA e do próprio Getúlio Vargas no Brasil.

A  década de 1930 também foi uma época de mudanças drásticas no cinema, primariamente devido a transição dos filmes mudos para os filmes sonoros, que apesar de rápida, acabou causando inúmeros debates polêmicos. Charlie Chaplin, que em 1936 já era um nome consagrado do cinema e de renome mundial, resolveu respeitar a sua tradição em seu próximo filme, Tempos Modernos, mantendo as características do cinema mudo e construindo dentro do contexto da crise econômica do período uma das maiores críticas à sociedade industrial já realizadas.

Chaplin é uma figura que dispensa maiores apresentações. A figura do seu personagem Tramp, que significa vagabundo e é chamado de Carlitos no Brasil, é até hoje reconhecida praticamente nos quatro cantos do planeta, e sua habilidade para misturar comédia com drama permanece inigualada. Suas expressões são tão perfeitas que realmente entendemos o porquê da sua relutância lendária em não utilizar diálogos, mesmo anos após a implantação do som. Além disso, é um dos poucos artistas cuja influência vai além das telas, seja em suas críticas sociais, ou seja em atos político-econômicos como a co-fundação da United Artists em 1919.

Tempos Modernos será lançado após três anos de produção, e marca praticamente o fim da era das grandes comédias silenciosas, sendo o último filme mudo de Chaplin e a última aparição do Tramp. Na verdade, efeitos sonoros e música são utilizados com constância na obra, e a fala também está presente, mas só saindo através de máquinas como o rádio e no final do filme, quando a voz do Tramp é ouvida pela única vez ao cantar uma música ininteligível. Afinal para Chaplin, pra que palavras?

A obra retrata simplesmente a força da submissão humana à evolução tecnológica e a total alienação do trabalhador, que passa a produzir o que não é seu. O próprio Chaplin teve uma infância bem difícil, e praticamente todos os seus filmes contém uma referência a luta contra a miséria. Sua posição política contestadora, ainda que não muito radical, e diversos escândalos envolvendo sua vida privada, acabariam lhe causando problemas na medida que os Estados Unidos começa a entrar na paranóia da Guerra Fria. Chaplin, que é inglês, terá seu visto de reentrada proibido em 1952 e ficaria vinte anos sem pisar em solo norte-americano.

Tempos Modernos não é o meu filme preferido de Chaplin. Esta honra cabe a Luzes da Cidade (1928). Porém, quando um filme que busca criticar a modernidade tem mais de setenta anos e mesmo assim consegue facilmente transmitir sua mensagem no século XXI, fica claro que estamos diante de algo especial. Porém, infelizmente nesse caso, eu prefereria que Tempos Modernostivesse ficado ultrapassado. É ultrajante saber que a miséria e subordinação do homem ao trabalho forçado continuem tão atuais quanto em 1936, 1836, 1736, 1636, 1536, e assim caminhando até chegar no horizonte da história.

Prós:

  • Filme significativo, que mantém a força de seus ideais até hoje, quando vemos grandes empresas internacionais cada vez mais insaciáveis em sua busca por mão-de-obra barata e desenvolvimento tecnológico para reduzir custos.

  • A abertura, extremamente profunda e sutil, comparando os trabalhadores a um grupo de ovelhas. Mas devemos lembrar que Chaplin não foi o pioneiro em relação a esse assunto, sendo precedido em alguns anos por Eisenstein e outros cineastas, principalmente da escola soviética.

  • O momento no qual Chaplin é usado como cobaia de uma máquina cujo objetivo é alimentar o operário enquanto ele trabalha, economizando para o patrão as horas de almoço, é impagável. Eu já utilizo Tempos Modernos com meus alunos de história como uma crítica da Revolução Industrial há anos, e em mais de 200 exibições eu nunca vi uma turma não rir intensamente nessa cena. Algumas vezes chego a me emocionar ao ver um filme com mais de 7 décadas ainda provocar uma grande magia.

  • A música tema, Smile, composta pelo próprio Chaplin. Acrescida de letras, ela seria depois gravada por nomes como Nat King Cole, Michael Jackson e Eric Clapton.

  • O supremo controle do chefe da fábrica, com câmeras instaladas por toda a construção, antecipa em 13 anos a figura do Grande Irmão (Big Brother) da obra prima 1984 de George Orwell.

  • A idéia de colocar som na voz humana apenas quando esta é falada através de máquinas, com exceção da canção final.

Contras:

  • O cenário da fábrica é muito bem montado e interessante, mas a intenção de dar um ar mais tecnológico e inovador acabou tornando o ambiente industrial um pouco artificial.

  • Paulette Goddard, que foi casada por um tempo com Chaplin e alcançou fama inicial com Tempos Modernos, está bem arrumadinha e maquiada para uma órfã que passa fome. Porém, na Hollywood daquele período, realmente nenhuma atriz principal seria retratada como uma miserável de maneira realista e sem um certo glamour.
Devo Assistir ?

Além de ser muito engraçado até hoje, contém pesadas críticas que podem passar despercebidas para alguém mais desatento, mas que analisadas de forma mais profunda refletem ainda os graves problemas de nossa sociedade. É diversão com reflexão.





quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Realismo e o Naturalismo (2° ano)

Moças à margem do Sena; Verão (1857),
de Gustave Coubet, o fundador do Realismo na pintura.

Queridos alunos!
Pesquisem e respondam às questões abaixo no caderno, copiando também as perguntas.
Abraço,
Professora Juliane Dias.

1) Quais as diferenças entre o Romantismo e o Realismo?
2) O que foi o Realismo? Cite as principais características.
3) Como foi o Realismo em Portugal?
4) E no Brasil?
5) Quais as características do Naturalismo?
6) Cite as principais obras e autores do Realismo.
7) Cite as principais obras e autores do Naturalismo.
8) Pesquise e leia o Conto "A Cartomante" de Machado de Assis. É um texto romântico ou realista? Por quê?

A era Medieval - O Trovadorismo e o Classicismo (1° ano)

Queridos alunos!
Respondam às questões abaixo no caderno, copiando também as perguntas.
Abraços,
Professora Juliane Dias.

Trovadorismo

1) Quando se deu a Idade Média? Especifique a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média.
2) Cite as principais diferenças entre o Trovadorismo e o Classicismo. (Quanto ao conteúdo e à forma)
3) Qual foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa?
4) Cite as principais características das cantigas de amigo.
5) Cite as principais características das cantigas de amor.
6) Cite as principais características das cantigas de escárnio.
7) Cite as principais características das cantigas de maldizer.
8) Quem eram os trovadores.
9) Qual a diferença entre trovadores e jograis?
10) Defina "teocentrismo".
11) Defina "antropocentrismo".
12) Quem foi Luís de Camões?
13) Cite informações relevantes sobre a obra Os Lusíadas de Luís de Camões.
14) Defina "amor platônico".
15) Destaque as principais características do Trovadorismo.
16) Destaque as principais características do Classicismo.

Arte Clássica


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Monteiro Lobato e a literatura escolar


Clique para Ampliar
Texto da pesquisadora Solange Kate Araújo Vieira. Avalia militância do escritor pelo bom aproveitamento da literatura nas escolas.

Em um tempo em que a literatura foi expulsa da escola e em que se medem inúmeros esforços para resgatá-la, principalmente na educação infantil, vale louvar o pioneirismo de um grande escritor que lutou em seu tempo para formar leitores. O “caçador de leitores”, como denominou uma estudiosa da obra de Monteiro Lobato, lutou incansavelmente em busca do leitor e notadamente em busca do leitor infantil.

Monteiro Lobato teve o mérito de perceber a necessidade da leitura como instrumento de progresso de uma nação, e para isso tentou conquistar o leitor infantil, introduzindo literatura nas escolas primárias (ensino fundamental), pois reconhecia a receptividade das crianças a textos de boa qualidade e inteligentes.O primeiro livro infantil de sua autoria - “A menina do Narizinho Arrebitado”, de 1921 - trazia o frontispício esclarecedor: “literatura escolar”, o que confirmava sua preocupação com a literatura na escola desde o início. Escrito em uma linguagem brasileira, contrastava com as edições estrangeiras utilizadas nas escolas. Esta obra foi distribuída gratuitamente às crianças de escolas públicas de São Paulo e o presidente do Estado, ao perceber o interesse das crianças pelo livro, ordenou a compra de grande quantidade da obra para distribuir nas demais escolas públicas. Mal sabia Lobato que com esta obra estava criando a literatura infantil moderna brasileira.
Clique para AmpliarClique para Ampliar

No mesmo ano, em um artigo intitulado “Livros fundamentais”, o autor criticava o que chamava de “uniformidade de cérebros”, alusão à adoção de livros didáticos sem respeito à individualidade e ao gosto pessoal do aluno. Acreditava Lobato que a leitura de um livro obedecia aos mesmos critérios com que as pessoas escolhiam os chapéus ou gravatas. Tudo era questão de moda. Discordava veementemente desta postura e apontava a raiz do problema: livros didáticos impingidos ao governo pela indústria livreira, impostos às crianças.Lobato procurava testar a receptividade de seus textos junto às crianças e encomendava ao amigo Godofredo Rangel, escritor e professor primário, um teste de leitura. Pedia-lhe que experimentasse o Narizinho escolar em algumas crianças para ver se elas se interessavam.Sentindo nas crianças um público leitor atento, Monteiro Lobato destinou-lhes não só produções próprias, mas literatura de qualidade como os clássicos reescritos à brasileira, dando-lhes um sabor local para ser degustado pelas nossas crianças. Sob a orientação do Lobato editor, muitos textos clássicos foram adaptados e traduzidos para alimentar a criança leitora de bons textos.Monteiro Lobato abriu caminho para uma nova expressão literária, estimulando a reflexão, o questionamento e a crítica. Ele buscou novas formas de linguagem para escrever para o leitor jovem, fazendo com que os valores culturais brasileiros passassem a ocupar espaço no imaginário das crianças.Segundo a crítica Nelly Novaes Coelho, a renovação proposta por Monteiro Lobato tinha na base a intenção de uma profunda reinvenção da linguagem literária. Liberou o estilo literário para crianças de seus esquemas predeterminados e retóricos, para enriquecê-los com a experiência lingüística e familiar.

Expurgando de seus textos, desde as primeiras publicações, normas de bom comportamento e delegando à criança nova forma de atuação, valorizava sobretudo o espaço infantil e concedia-lhe voz. E essa é um das maiores contribuições para uma nova visão na paisagem literária brasileira de então, e por onde enveredaram grandes nomes da nossa atual literatura infantil.

Lobato traz a vida brasileira à consciência infantil, desenvolvendo um sentimento de nacionalidade atuante. Ele entrega à infância do País a chave para consolidação de ideais de cidadania mais autênticos e verdadeiros. Foi o primeiro escritor a transformar o livro em um elemento de diálogo entre os jovens e os adultos.Com a saga do Sítio do Picapau Amarelo, o mundo infantil se povoou de figuras adultas familiares humanizadas e próximas às crianças, como Dona Benta, Tia Nastácia, e apontou o caminho da espontaneidade inventiva e da independência mental das crianças em relação à autoridade dos adultos. Em depoimentos, o autor ressaltava a crença que a infância tem na imaginação, como em entrevista ao jornalista Celestino Silveira em meados de 1940: “quando falo às crianças do pó de pirlimpimpim, não há uma só que duvide dessa maravilha”.Aliando o real ao maravilhoso em suas obras infantis, Lobato respeitou o universo infante. As fabulações de seus textos situam-se no mundo cotidiano e ao mesmo tempo transitam no mundo imaginário ou do maravilhoso, e passam a integrar o mundo natural infantil, misto de sonho e realidade.Uma das conseqüências mais importantes dessa fusão, em termos de psicologia infantil, é proporcionar à criança a possibilidade de viver a fantasia.O sonho de Lobato era fazer livros onde as crianças pudessem morar. Este sonho foi perseguido pelo escritor através de sua obra dedicada à nossa infância. Reconhecendo a literatura infantil como alimento espiritual, correspondente ao leite materno, Lobato procurou nutrir nossas crianças de fantasia e imaginação para penetrar a alma infante conduzida pela loquacidade inventiva.Monteiro Lobato afirmava em América que um livro é uma ponta de fio que diz “aqui parei: toma-me e continua, leitor”.Assim também devem refletir os educadores e governantes do nosso País e continuar a ponta de fio do projeto lobatiano, promovendo a leitura literária na escola, nas bibliotecas, nas ruas, nos sítios, e espalhar assim o pó de pirlimpimpim na nossa infância, tão abandonada que está de magia e fantasia.É preciso acordar o leitor que habita em cada criança, repleto de emoções e desejos e deixá-lo viver no reino maravilhoso do literário para, no futuro, a criança leitora habitante da esperança possa encontrar caminhos mais salutares e humanos e possa dividi-los com outras gerações do “é uma vez a leitura”. 

SOLANGE KATE ARAÚJO VIEIRA
Solange Kate Araújo Vieira é mestre em Literatura Brasileira e Coordenadora Pedagógica do Projeto Agentes de Leitura do Ceará, da Secretaria da Cultura

terça-feira, 17 de maio de 2011

Literatura Infantil



Literatura á a arte da palavra.
Todos os textos que utilizam uma linguagem subjetiva e expressiva, que trabalham com o sentido conotativo das palavras e abusam das figuras de linguagem, recriando sempre uma realidade são classificados como textos literários. Podem ser narrativas, contos, crônicas, poemas, poesias...
Mas, e Literatura Infantil? O que classifica um texto como infantil e, mais do que isso, também literário?
Utilize suas próprias palavras e, a partir do que estudamos até agora, me ajude a esclarecer esta questão.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade me fascina com suas palavras. Observe a facilidade com que o autor transmite suas ideias e seus sentimentos através de uma linguagem subjetiva, mas simples. Frases curtas, mas claras. Incrível!
Este poema é um exemplo de texto literário, pois a linguagem é subjetiva e o autor recria uma realidade. Além disso, há um eu-lírico e o poeta transmite, através do texto, seus sentimentos e emoções.

(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
(...) E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

(Resíduo)

domingo, 27 de março de 2011

Diferença entre "esse", "este" e "aquele"


"este", "esse" e "aquele", bem como suas flexões (isso, isto e aquilo), indicam a posição dos seres no espaço e relacionam-se às pessoas do discurso.

"Este" indica proximidade de quem fala (primeira pessoa), "esse" indica proximidade do interlocutor (segunda pessoa) e "aquele" assinala distanciamento em relação às duas primeiras pessoas.

Dizemos, por exemplo:

 "Este livro que eu tenho em mãos é excelente, mas eu já li esse livro que você está lendo".

Caso não esteja perto de nenhuma das duas pessoas, o livro passa a ser determinado pelo pronome "aquele". Assim:

"Você já leu aquele livro?".


Agora ficou fácil, não é?

Extraído de: http://favoritosfavoritos.blogspot.com/

segunda-feira, 14 de março de 2011

Língua (letra e música de Caetano Veloso)

Na música Língua (1984), Caetano Veloso expõe a diversidade cultural do povo brasileiro que influencia diretamente a língua falada em nossa pátria, denominando-a língua mátria. Através da música, Caetano pede que valorizemos a nossa língua mãe que é composta de neologismos, estrangeirismos e variedades linguísticas; uma língua que, antes de seu portuguesa, já se faz brasileira.
Bilac disse que "Minha Pátria é minha língua" e Caetano utiliza-se desta expressão, trazendo a atenção para a língua nacional brasileira, que difere da portuguesa em questões culturais e históricas. Ou seja, cada língua carrega em si marcas de sua formação, influências significativas no decorrer da história política e social do país.

Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala mangueira!
Fala!

Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?

Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo choo de
Carmen Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E - xeque-mate - explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homen
Adoro nomes
Nomes em Ã
De coisas como Rã e Ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Matoso e Arrigo Barnabé e Maria da
Fé e Arrigo barnabé

Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?

Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?

Incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o
Recôncavo
Meu medo!

A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria

A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria

Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futura
Samba -rap, chic-left com banana
Será que ela está no Pão de Açúcar?
Tá craude brô você e tu lhe amo
Qué queu te faço, nego?
Bote ligeiro

Nós canto-falamos como que inveja negros
Que sofrem horrores no gueto do Harlem
Lívros, discos, vídeos à mancheia
E deixe que digam, que pensem e que falem.